Cora Coralina
Olá meus amores e minhas amoras!!! Tudo bem com vocês???
Ontem, dia 20 de agosto, foi comemorado o 128º aniversário de Cora Coralina e por isso resolvemos falar um porquinho dessa escritora brasileira tão importante para nós.
Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, que adotou o pseudônimo de Cora Coralina, foi uma poetisa e contista brasileira contemporânea. Escritora das coisas simples, ela foi e é considerada uma das mais importantes do país.
Nasceu em 20 de agosto de 1889 em Goiás, Goiânia. Era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto e de Jacyntha Luiza do Couto Brandão. Com apenas um mês de vida seu pai veio a falecer. Cursou apenas até a terceira série do primário na Escola da Mestre Silvina e em 1900, mudou-se com sua família para a cidade de Mossâmedes.
Foi na adolescência que Ana começou a escrever e a participar de ciclos literários. Com dezenove anos, criou o jornal de poemas femininos “A Rosa”, ao lado de suas amigas: Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana. Em 1910, foi publicado o seu conto “Tragédia na Roça” no “Anuário Histórico e Geográfico do Estado de Goiás”, usando o pseudônimo de Cora Coralina.
Em 1911, fugiu com o advogado divorciado Cantídio Tolentino Bretas e passaram a viver no estado de São Paulo, casaram-se em 1925 e tiveram seis filhos, sendo que dois deles morreram. Viveram em várias cidades do interior paulista até 1934, quando Cantídio faleceu. Após isso, Cora Coralina e seus filhos mudaram-se para São Paulo. Ela colaborou no Jornal O Estado de São Paulo e trabalhou como vendedora na Livraria José Olympio. Em 1938 voltou para o estado de Goiás, em Penápolis, e abriu uma Casa de Retalhos.
Lançou seu primeiro livro, em 1965, quando tinha 76 anos, “O Poema dos Becos de Goiás e Estórias Mais”. Em 1976, é lançado o livro “Meu Livro de Cordel” pela editora Goiana. Mas o interesse do grande público é despertado graças aos elogios do poeta Carlos Drummond de Andrade, em 1980. O tema mais explorado pela escritora foi, sem dúvida, o cotidiano. Embora a poesia tenha sido seu maior foco, Cora também escreveu contos e literatura infantil.
Após vários anos Cora voltou para sua cidade natal, para a velha casa da Ponte do Rio Vermelho, onde nasceu. Trabalhou como doceira por mais de vinte anos, vendia seus doces de casa em casa e recitava suas poesias.
Cora recebeu diversos prêmios como escritora. Em 1970, ela tomou posse da cadeira número 5 da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. E, em 1981 recebeu o Troféu Jaburu através do Conselho Estadual de Cultura de Goiás. No ano seguinte, recebe o Prêmio de Poesia em São Paulo. Pela Universidade de Goiás, Cora Coralina foi agraciada com o título de Doutora Honoris Causa. Em 1984 recebeu o Troféu Juca Pato, sendo a primeira escritora do país a recebê-lo. Nesse mesmo ano, ingressou na Academia Goiânia de Letras, ocupando a cadeira número 38.
Cora Coralina faleceu em Goiânia, no dia 10 de abril de 1985. Após sua morte, a casa onde viveu os últimos anos de vida foi transformada no Museu Cora Coralina. Em 2001, a moradia na cidade de Goiás foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Histórico da Humanidade.
Abaixo vamos apreciar um de seus poemas.
OFERTA DE ANINHA
(Aos Moços)
Eu sou aquela mulher
a quem o tempo
muito ensinou.
Ensinou a amar a vida.
Não desistir da luta.
Recomeçar na derrota.
Renunciar a palavras e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos.
Ser otimista.
Creio numa força imanente
que vai ligando a família humana
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana.
Creio na superação dos erros
e angústias do presente.
Acredito nos moços.
Exalto sua confiança,
generosidade e idealismo.
Creio nos milagres da ciência
e na descoberta de uma profilaxia
futura dos erros e violências do presente.
Aprendi que mais vale lutar
Do que recolher dinheiro fácil.
Antes acreditar do que duvidar.
CORA CORALINA
In Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha, 1996
2 Comentários
Jo Fidellis
As poesias da Cora são maravilhosas e trazem esplêndidas mensagens. Tenho imensa vontade de ir conhecer o Museu Cora Coralina e ainda terei a oportunidade para isso.
Josy Oliveira
Realmente, na sua simplicidade a Cora toca o coração de seus leitores.
Deve ser muito lindo o Museu. Também tenho vontade de conhecer S2